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Da Redação | Foto: Divulgação

Um show de diversidade da arte de resistência e tradição, o Festival Palco Negro Autoral chega à sua terceira edição. As atrações do evento vão da poesia à música eletrônica, da performance às artes visuais e do carimbó raiz ao hype, com shows e rodas de tambor, exibição de filmes, exposições, oficinas formativas, feirinha criativa e de empreendedorismo. O Palco Negro tem entrada gratuita e acontece no Espaço Cultural Coisa de Negro e no Ninho de Caba, de 18 a 19 de novembro, no Distrito de Icoaraci, em Belém. 

“O principal objetivo é valorizar nosso povo afroindígena que reinventa o mundo com arte, desde as novas gerações, com respeito às mestras e mestres, possibilitando a democratização e descentralização do acesso à cultura e lazer pelo povo periférico de todas as idades”, comenta Priscila Cobra, idealizadora do Palco Negro Autoral e vocalista do projeto Carimbó Cobra Venenosa.

As primeiras duas edições do festival aconteceram em 2019, uma no centro da cidade de Belém e outra no Distrito de Icoaraci. Desde seu início, o Palco Negro Autoral tem como matriarca Mam’etu Muagilè, mestra de cultura Bantu e fundadora do Instituto Bamburusema de Cultura Afro/Amazônica (IBAMCA). 

Priscila explica que o festival oferece ao público uma programação gratuita, onde as atrações afroindígenas são as protagonistas e não só uma “cota”, e que isso foi pensado desde a concepção do evento, passando também pelo espaço onde ele será realizado, a ficha técnica e fechando com o artístico repleto de iniciativas e projetos periféricos de natureza afroindígena.

Tainá Barral, jornalista, comunicadora e produtora de conteúdo do evento, vê o Palco Negro Autoral como valorização, justiça e resistência de artistas negres, periféricos e indígenas. “Eu estive desde o início, primeiramente conhecendo o trabalho desses artistas nas ruas e nas rodas da cidade. Depois me uni à equipe de comunicação, mesmo sem remuneração certa na época, pois estava pela identificação das pautas e acreditava na potência dos fazedores de cultura, desde os mais antigos e mestres até nós jovens que estávamos criando juntos um projeto novo para a Região Metropolitana de Belém”, comenta.

Uma das grandes novidades para a terceira edição do Palco Negro é a presença confirmada do grupo tradicional e bicentenário “Os Quentes da Madrugada”, integrante da Irmandade de Carimbó de São Benedito, do município de Santarém Novo (PA), expandido o festival para além de Belém e da Região Metropolitana.

Dentre as atrações do Palco Negro Autoral – Multilinguagens estão a Mestra Nazaré do Ó, Mestres Nego Ray e Arythanan, Os Africanos de Icoaraci, Os Falsos do Carimbó e o Uirapuru do Verequete, grupo liderado pela família do rei dos tambores, Mestres Verequete, que mantém o legado do paraense vivo. Haverá cortejo nas ruas de Icoaraci, uma grande roda de Carimbó tradicional no domingo e uma vasta programação com acesso totalmente gratuito. O projeto Palco Negro Autoral – Multilinguagens é financiado por emenda parlamentar da deputada federal Vivi Reis.

Serviço:

Festival Palco Negro Autoral – Multilinguagens

Data: De 18 a 19 de novembro.

Locais: Espaço Cultural Coisas de Negro, Avenida Dr. Lopo de Castro, 1081, bairro do Cruzeiro, Icoaraci, Belém. 

Ninho de Caba, Rua Padre Júlio Maria, 1449, bairro da Ponta Grossa, Icoaraci, Belém.

Programação:

18 de novembro:

Espaço Cultural Coisas de Negro:

9h – Abertura com lavação da calçada do Coisas de Negro e acolhimento com Mametu Muagilè

10h a 13h: Oficinas gratuitas  (inscrições por ordem de chegada)

  • Lorena Saavedra – Elaboração de projetos e Economia Criativa;
  • Mestre Nego Ray – As mãos que fazem o som: o toque do carimbó; 
  • Ruth Clarck MC – Pretas periféricas: Movimento Hip Hop e resistência feminina;
  • Mestre Arythanan – Menos lixo, mais som: iniciação à construção de instrumentos do Carimbó com materiais reciclados.

17h – Anastácia Marshelly  &  Lo Ojuara –  abertura “Ancestralidade-Resistência Urbana em movimento”  – Dança & Performance; 

17h30 –  Performances de Marvin Muniz e Carlos Vera Cruz;

18h –  10 anos de Sarau Multicultural;

19h –   Jorge André convida Roberta Tavares;

Shows:

20h – W Mate-U;

21h – Maiara Almeida;

22h – Batucada Misteriosa.

Projeção Mídia Tática Sonora Icoaraci

Exposição Afrofuturista GC Arte

                                               

19 de Novembro:

15h – Roda Buiu Mãos de Veludo + Concentração – Ninho de Caba.

16h –  Cortejo pelas ruas de Icoaraci até o Coisas de Negro.

Espaço Cultural Coisas de Negro:

17h – Os Falsos do Carimbó.

18h – Mestre Jaci e Os Caçulas da Vila.

19h – Uirapuru do Verequete.

20h – Priscila Cobra convida Mestra Nazaré do Ó & Paulo Toró Açu.

21h – Quentes da Madrugada.

22h – Os Africanos de Icoaraci.

Projeção Mídia Tática Sonora Icoaraci

Exposição Afrofuturista GC Arte

Entrada Gratuita.

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