Da Redação | Foto: Marcos Melo
Focado na divulgação da cultura local, principalmente àquela produzida por artistas independentes ou iniciantes, o Circuito Jambu Multicultural lançou a edição 2023 do Festival Jambu Live. O tema da quarta edição do Jambu Live é “Feitiços da Amazônia” e o evento de lançamento ocorreu no Espaço Cultural Apoena, em Belém, com um show da cantora altamirense Joelma Kláudia e do DJ Rony do Guamá.
Em apenas três anos de existência, o Jambu Live já reuniu mais de 100 artistas, bandas e grupos musicais e de artes cênicas nos seus palcos. O Festival integra o Circuito Jambu Multicultural, projeto de extensão da Universidade Federal do Pará, coordenado pela Profa. Dra. Regina Lima. Seu principal foco é o fomento e divulgação da cultura local, dando oportunidade aos fazedores e fazedoras culturais do Pará e da Amazônia de se inserirem na agenda cultural e artística do estado.
Para a Profa. Dra. Regina Lima, a proposta do festival é trazer aqueles fazedores e fazedoras de cultura que estão fora dos grandes eventos culturais que acontecem no Pará, especialmente em Belém, e, muitas das vezes, fora da grande mídia. “Então o que nós esperamos: sempre trazer pessoas novas, dando espaço para elas, sem esquecer as pessoas que já tem espaço de visibilidade na cena cultural, como forma de abrir público”. Segundo a coordenadora, o Jambu Live se propõe a buscar o máximo de talentos novos, não necessariamente artistas iniciantes, mas aqueles que não são tão conhecidos, e mostrar a qualidade do trabalho deste artista para o público que participa do Festival.
Regina também apontou as diferenças entre a primeira edição do Jambu Live, ocorrida em 2020, com a quarta, que irá acontecer esse ano. “Quando fizemos a primeira edição, nós tínhamos elaborado um projeto na perspectiva de trazer os artistas que estão fora da cena cultural para o conhecimento do público, mas ali sequer imaginávamos que íamos ter condições de dar continuidade ao projeto. Porque fazer um festival, com essas características, requer muita divulgação e verba. Verba para remunerar as atrações, os artistas. Verba para bancar, minimamente, uma estrutura de festival. A primeira edição foi em 2020, no auge da pandemia, nossa proposta era abrir um espaço de divulgação, mas sobretudo, ajudar financeiramente o pessoal da área cultural, que já estava há quase um ano parado. Estava todo mundo sem cantar, trancafiado em casa. Então o Festival veio com essa proposta de trazê-los, mas principalmente de ajudá-los”, relembrou.
Uma das atrações da noite, a cantora altamirense Joelma Kláudia falou sobre sua participação no primeiro Jambu Live. “Para mim é uma grande satisfação ter participado do primeiro Jambu Live, em um momento muito crítico da nossa saúde, mental inclusive. E poder descobrir que naquele momento, através das lives, da comunicação via internet, nós poderíamos chegar aos lares das pessoas. Eu, por exemplo, vi, assisti muitas lives que me tiraram da minha solidão, da loucura que estava rolando, do cotidiano. A não-aproximação, a não-aglomeração, o não-abraço, tudo isso fazia muita falta”, expressou.
Joelma destacou sua felicidade em ver a dimensão que o projeto tomou desde 2020, mesmo depois de todas as dificuldades enfrentadas no período pandêmico. “Poder encontrar o povo, dar esse abraço, e poder fazer meu show agora com público presente faz toda a diferença. Eu espero que a galera se divirta muito, estamos com um repertório preparado, com o coração aberto, e muito afim desse ‘atraque’, dessa aglomeração de fato. Viva Jambu Live para sempre, gratidão”, encerrou.
A presidente da Fundação Cultural do Município de Belém, Inês Silveira, esteve no evento, e contou sobre a importância dos projetos desenvolvidos pelo Circuito Jambu Multicultural. “O Festival Jambu Live ele vem para oportunizar, para ampliar conhecimento, fazer com que os alunos dos cursos da UFPA olhem esse momento não só como momento de aprendizado, mas um momento de fortalecimento da cultura local. O projeto Jambu Live, coordenado pela professora Regina Lima, é de uma sensibilidade, que vai do ensino, da extensão e da vida profissional. Oportunizar os estudantes, oportunizar os artistas, fazendo o seguinte: dar a oportunidade da divulgação do seu trabalho, dá a formação, para buscar as oportunidades dos editais das leis municipais, estaduais e federais. O Festival vem para reunir as várias matrizes da cultura no Estado e na cidade de Belém”, ressaltou.
Fernanda Charone, estudante de serviço social, contou que era sua “primeira vez no evento. Eu estou adorando a festa”, disse. Ela também afirmou que estará presente durante o Festival Jambu Live, em novembro deste ano. A dona de casa Pamela Moraes também não conhecia o evento, e estava aproveitando o Espaço Cultural Apoena. “Não conhecia o projeto, mas achei o evento muito legal. Com certeza irei atrás dele nas redes para saber mais.” finalizou.
O próximo esquenta acontece amanhã, dia 29 de setembro, e o projeto segue com outras atividades até novembro de 2023. Para acompanhar, basta seguir o projeto nas redes sociais. O Circuito Jambu Multicultural é financiado por emenda parlamentar do Deputado Federal Airton Faleiro, tem apoio do Na Figueredo e da Lo Slow 360, e apoio institucional da Faculdade de Comunicação (Facom), do Instituto de Letras e Comunicação (ILC), da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa e da Pró-Reitoria de Extensão da UFPA.