Portal Jambu

Da redação

 

Acontece no próximo dia 26 de agosto, a 1ª edição do projeto “Kizomba: O batuque não pode parar”, que celebra a arte quilombola do quilombo paraense Oxalá de Jacunday, no território de Jambuaçu, localizado no município do Moju. O intuito da programação é trazer visibilidade e perpetuar a arte do povo que resistiu ao passado e percorre um caminho de brilhantismo para o futuro, tendo como um de seus lemas o slogan a frase: “Nossa cultura é ancestral e nosso futuro também”. As programações inseridas no evento trazem moradores do próprio quilombo Jacunday, além de oficinas, espetáculos e danças que valorizam as raízes africanas e formam um coletivo de arte que resiste aos preconceitos socialmente promulgados.

O projeto “Kizomba” foi idealizado pela moradora do quilombo Ruthelly Valadares, aluna do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Federal do Pará e do curso técnico de Teatro da mesma instituição, que faz parte de outros movimentos como o Projeto Perpetuar e a Juventude Quilombola de Jambuaçu. Ruthelly defende a força das artes no processo de transformação do mundo e na fortificação das narrativas ancestrais do povo quilombola. A  idealizadora do projeto exalta que veio para “Aquilombar” tudo com sua arte. 

Capoeira angolana, danças afro, contação de histórias e teatro formam a lista de oficinas que serão ministradas durante o evento. Ele também conta com uma série de espetáculos, dentre eles  “Alecrim: Vozes Mulheres”, que em sua narrativa apresenta as figuras de avó e neta tentando lidar com as pelejas causadas por uma grande perda, inspirado no poema “Vozes Mulheres” de Conceição Evaristo. “Travessia” é outro espetáculo que chama atenção, tendo como enredo a dificuldade de pessoas que saíram de seus interiores na Ilha do Marajó para irem até grandes cidades e metrópoles em busca de melhores condições e precisam lidar do diversas situações em seus cotidianos, como o racismo, a saudade de casa, a ansiedade diante um futuro incerto e as infinitas possibilidades do que pode acontecer quando se vai em rumo ao desconhecido. Ambos os espetáculos se iniciam a partir das 19:30h.

O grupo “Pisada Cabôca” fará sua participação no evento. Constituído por mulheres e pessoas não binárias multi artistas, o grupo encanta ao tocar côco e carimbó e outras expressões musicais carregadas das vivências compartilhados por mestras, mestres e outros artistas. O “Kizomba: O batuque que não pode parar” tem o apoio do Projeto Perpetuar, das associações Comunidade Remanescente de Quilombo Oxalá de Jacunday e Juventus Atlético Clube– Moju e da Fundação Cultural Palmares. Outras informações sobre o evento podem ser adquiridas em sua página oficial do instagram, a @kizombanoquilombo.

 

Foto: Reprodução Instagram – @kizombanoquilombo

O Portal Jambu é um espaço de jornalismo experimental com matérias produzidas por estudantes de graduação da Faculdade de Comunicação da UFPA sob a coordenação da Profa. Dra. Regina Lima.

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