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Por Rafael Arcanjo*

Inaugurada na última terça (15) e feriado, a exposição “Águas Turvas – Paisagens Insurgentes da Adesão de 1823, o Bicentenário do 15 de agosto” está aberta ao público. A mostra acontece na sede do IHGP (Instituto Histórico e Geográfico do Pará) no Solar Barão de Guajará na Cidade Velha, e foi organizada pelo órgão em junção à UFPA, por meio da Cátedra João Lúcio de Azevedo Camões, I.P. A entrada da exposição é gratuita e funciona de terça a sexta-feira, das 9h às 16h30.

A curadoria do evento é composta por Nazaré Sarges, professora do IFCH/UFPA (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas) e coordenadora da Cátedra João Lúcio de Azevedo Camões, I.P., por Aldrin Figueiredo, da Faculdade e do Programa de Pós-Graduação em História da UFPA e por Michelle de Queiroz, professora da Escola de Aplicação também da UFPA.

O expositório do evento traz textos, imagens e objetos vindos do acervo museográfico, arquivístico e bibliográfico do IHGP, assim como peças de coleções particulares. Segundo Nazaré Sarges, a exposição foi pensada para que a gente pudesse valorizar não somente o acervo do IHGP, mas a própria história do Pará. História que se conta não por meio apenas de negociações, mas por meio de muitas tensões, muitas contestações e muitas rebeliões.

A mostra conta com contribuições de Victorino Chermont de Miranda, Paula Caluff Rodrigues, Elza Lima, Luiz Braga, Armando Sobral, Anselmo Paes, José Neto e Pablo Mufarrej. Entre os conjuntos expostos destacam-se: os Fantasmas do Brigue, o Vulcão da Anarquia, as Ninfas do Guajará e Espólios da Memória.

A exposição está dividida em núcleos temáticos dentro de quatro grandes salas: “O Barão, a independência e os motins políticos”, “A História Ensinada” e “Efemérides da Nação”. O primeiro núcleo aborda a vida e a obra de Domingos Antônio Raiol, político, historiador e autor da obra “Motins Políticos; A Independência do Brasil no Grão-Pará”, que fala sobre as Guerras Napoleônicas, a invasão portuguesa em Caiena saindo do Pará, a adesão do Pará às Cortes Constitucionais de Portugal e o processo de adesão do Pará à Independência do Brasil. O segundo núcleo discute, a partir da história ensinada e festejada em grupos escolares no Pará, a independência. O terceiro e último núcleo destaca as comemorações pela independência em períodos distintos, abordando a construção memorial e uma releitura desse evento tão importante para a história brasileira no Pará.

15 de agosto – Em agosto de 1823, no dia 15, a Província do Grão-Pará tornou-se independente do controle português, aderindo ao restante do Brasil na Independência. Um dos motivos para o Grão-Pará não se unir ao restante do país logo em 1822 foi a forte influência da elite local, majoritariamente portuguesa e que não queria perder seus privilégios junto a Portugal. Mas, graças a um blefe de John Grenfell, comandante inglês enviado por D. Pedro I a Belém, as lideranças locais assinaram, no dia 15, uma ata concordando em se separar de Portugal.

 

Serviço:

Exposição Águas Turvas – Paisagens Insurgentes da Adesão de 1823, o Bicentenário do 15 de agosto

Data: de terça a sexta-feira, das 9h às 12h30 e das 14h às 16h30.

Local: Solar do Barão do Guajará, Rua D’Aveiro Cidade-Irmã, nº 62 – Cidade Velha

Entrada gratuita.

 

O Portal Jambu é um espaço de jornalismo experimental com matérias produzidas por estudantes de graduação da Faculdade de Comunicação da UFPA sob a coordenação da Profa. Dra. Regina Lima e do jornalista Marcos Melo.

Fotos: Heloisa Torres, da ASCOM UFPA.

*Sob supervisão da jornalista Giullia Moreira.

 

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