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Por Rafael Arcanjo*

Fincando seus pés diretamente na Amazônia, o artista paraense Reiner lançou ontem (15), o show gravado “Depois do Breu”, na plataforma de produções independentes Sonoraplay. O lançamento na plataforma busca aumentar a audiência do cantor na Região Norte do Brasil. Em 2021, seu EP “Breu” chegou trazendo  uma mistura entre o trip hop, o regional amazônida e singles em parceria com outros cantores.

Reiner está em um período de transição musical entre seu último lançamento e seu próximo álbum “Elã”. Ele pretende continuar o que fez nas quatro faixas de “Breu”, mas agora com mais tempo e mais canções, e ainda considera este novo álbum seu primeiro disco com um conceito e músicas que expressam seu pertencer à Amazônia. Este é o diferencial entre Breu e Elã: a volta às raízes que modifica a tonalidade do álbum. “Tentei negar por muito tempo que esse era o meu lugar, mas acabei me apaixonando pela nossa musicalidade que é única e nos conecta diretamente com os nossos ancestrais e as nossas raízes”, revela. Suas influências vêm de estilos paraenses como o carimbó pau e corda e a guitarrada, mas também, do trip hop, gerando canções únicas que marcam identidade ao longo de sua trajetória.

Agora, o artista tem como sua principal experimentação apresentações mais orgânicas, como em “Depois do Breu”, seu lançamento recente. “Inspirado nos grupos de carimbó, tive a vontade de fazer um show orgânico com os instrumentos que a minha banda tem, nada mais do que isso. É interessante que quando se limita as possibilidades com 2 guitarras (Reiner e Leozin do Bengola), 1 baixo (Daniel Avelar) e uma bateria (Isma Rodrigues) sendo tocados por humanos, coisas mágicas podem acontecer”, avalia.

O show gravado traz em sua equipe vários artistas de Belém, desde cenografia e música, demonstrando sua maturidade artística. A produção do trabalho foi em parceria com o Selo Caquí, empreendimento de Reiner e Pratagy que teve projeto aprovado no Natura Musical de 2022, e Fadul Audio Lab, estúdio de mixagem e masterização dirigido por Diego Fadul. A produção ainda contou com direção de arte e figurino de Vinny Araújo e direção audiovisual de Gabriel Darwich.

O cantor revela que traz neste novo projeto a maturidade de seu show ao vivo. Ele conta que sempre teve problemas em tocar ao vivo, devido ao nervosismo desse modo de apresentação, da incerteza que ela provoca e a pressão para conquistar o público ali naquele momento e como isso o assustava. “Com o tempo, acabei amando estar no palco, ao mesmo tempo que passei a me encarar como um artista que não precisa agradar ninguém antes de mim mesmo. Se eu não pirar no meu som, ninguém vai. Além de me entregar para a música e deixar tudo fluir no caos que deve ser um show. Ultimamente, as minhas apresentações têm sido bastante catárticas porque já entro no palco com essa mentalidade”, afirma.

Para dar amplitude ao seu som e buscar um alcance maior na região Amazônica, Reiner se juntou à plataforma de streaming Sonoraplay (www.sonoraplay.net), onde lançou seu novo projeto simultaneamente no Pará e no Amazonas. De acordo com Raquel Omena, CEO da plataforma, a startup amazonense começou muito recentemente e tem como principal foco agora abrir espaço aos artistas e trabalhar em conjunto para criar um movimento forte partindo do Norte para o resto do Brasil. “Sabemos da qualidade dos artistas desta região e queremos estar com eles na luta por espaço no cenário da música”, finaliza. Além do show, Reiner também tem outras duas produções no catálogo da Sonoraplay: os videoclipes “Flor” e “Fica mais um pouquinho”. Para assistir, acesse o site www.sonoraplay.net.

 

Sobre a Sonoraplay

Começando suas atividades em Manaus, no coração da Amazônia, a startup Sonoraplay é focada exclusivamente em produção audiovisual independente e busca reunir no seu ambiente de streaming filmes, curtas-metragens (short films), documentários, shows, videoclipes, podcasts e webseries, criando uma nova rede de produção, para atender ao público que gosta de descobrir novos talentos e curtir conteúdos diferentes, direto da fonte. “Há muito mais produções acontecendo no mundo do que aquelas poucas que as atuais plataformas de streaming apresentam. Queremos que o público tenha acesso a essa efervescência, com um ambiente organizado, atrativo e bonito. Mas, também queremos monetizar de forma justa os conteúdos independentes, o que não acontece hoje”, diz Raquel Omena, CEO da Sonoraplay.

 

O Portal Jambu é um espaço de jornalismo experimental com matérias produzidas por estudantes de graduação da Faculdade de Comunicação da UFPA sob a coordenação da Profa. Dra. Regina Lima e do jornalista Marcos Melo.

Foto de Capa: Divulgação

*Sob supervisão da jornalista Giullia Moreira.

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