Portal Jambu

Por Fabricio Lima*

A história de dois seres opostos que se amam mas não podem estar juntos. Essa é a premissa da peça “O Conto do Sol e da Lua”, que tem sua apresentação nesta sexta (19), no Teatro Waldemar Henrique. O espetáculo contará com duas sessões, às 19h e 20h, e é idealizado pela companhia de teatro Catarse, um grupo oriundo da periferia de Belém e que vê na cultura um agente formador e transformador da sociedade, seja afetando diretamente as pessoas envolvidas no processo ou mesmo os beneficiados por ela.

Lua Nepomuceno, formada em Cinema e Audiovisual, é produtora e uma das criadoras do grupo. Ela conversou com o Portal Jambu sobre o espetáculo, falou um pouco sobre o grupo, e também da importância em se dar evidência a um grupo teatral da periferia. Confira abaixo:

 

Como você chegou ao grupo Catarse e há quanto tempo faz parte dele? 

Desde 2014, tenho contato com amigos e fiz produção de várias peças teatrais. Após anos passando por diversos grupos e companhias teatrais, decidimos criar a nossa própria companhia. O grupo de teatro Catarse foi criado por mim, pelo Gabriel Serrão, atual diretor do grupo, e pelo Renan Leão. Decidimos criar o Catarse pois estávamos dispostos a fazer um grupo diferenciado no sentido de organização, propósito, empatia e respeito com o ator. 

 

O elenco é rotativo ou há membros fixos?

O elenco do Catarse é composto por jovens, que vão de 13 anos até 26 anos. Nosso elenco é fixo, onde todos entraram por meio das oficinas teatrais e chamadas de elenco que fizemos ao longo desses 1 ano e meio de Catarse. 

Fale um pouco sobre o espetáculo e o seu papel nele.

Eu sou a roteirista de O Conto do Sol e da Lua, junto com Gabriel Serrão, que além de roteirista é o diretor. A história conta sobre um casal que se ama mas não pode ficar junto, a não ser que assim seja determinado pelo alinhamento. Então o mistério que fica é se o casal irá se encontrar no final ou não. 

 

Como foi concebido o roteiro e de onde veio a inspiração para ele?

O roteiro foi escrito com muitas pesquisas e referências, desde Luiz Otávio Barata com suas montagens extraordinárias até a minissérie Capitu. Nossas referências também são diretas à astronomia e astrologia, onde fizemos todo um estudo dos astros para a concepção do roteiro.

 

Para você, qual a importância de dar evidência a um grupo de teatro da periferia em espaços tradicionais como o Teatro Waldemar Henrique? 

O Catarse nasceu na periferia, a vivência dos criadores do grupo é inteiramente periférica, e assim como um dia fomos salvos pela arte, decidimos fazer o mesmo para os outros jovens. A gente tem o objetivo de estampar os jornais com manchetes de jovens sendo premiados artisticamente, jovens falando com outros jovens sobre a importância da arte, e não manchetes ruins sobre a juventude periférica. Hoje, contamos com 19 membros no grupo de diferentes bairros da periferia de Belém, como: Condor, Cremação, Guamá, Terra Firme, Jurunas e também Ananindeua. Além disso, nossa atual sede fica localizada no Porto da Palha. 

 

Até aqui, em quais outros locais e com quais trabalhos o grupo já se apresentou? 

O Catarse tem apenas 1 ano e meio de atuação, entre o nosso currículo, já apresentamos o espetáculo Infantil O Gato de Botas no Teatro Waldemar Henrique e também no Theatro da paz, além de termos nos apresentado também em projetos sociais que abraçam crianças em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Também participamos da Federação Estadual de Teatro e tivemos algumas indicações a prêmios com o nosso espetáculo infantil no Festival de Teatro da FACES.

 

Foto de Capa: Lua Nepomuceno

 

 

O Portal Jambu é um espaço de jornalismo experimental com matérias produzidas por estudantes de graduação da Faculdade de Comunicação da UFPA sob a coordenação da Profa. Dra. Regina Lima e do jornalista Marcos Melo.

*Com supervisão de Giullia Moreira.

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