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Por Felipe Vilhena* 

Uma oportunidade de mergulhar na cultura marajoara e se sentir mudado por ela. Mais uma vez, o Marajó recebe o Festival Marajoara de Cultura Amazônica, que promete em sua 6ª edição um passeio pela culinária, belezas naturais e contato com o povo marajoara. O evento transitará entre os municípios de Soure e Salvaterra, tendo início nesta sexta-feira (14) e encerrando no domingo (16). O festival é uma realização do Coletivo Pulsar Marajoara e visa proporcionar um turismo com foco principal na cultura marajoara.

O Festival Marajoara é realizado desde 2018 pelo Pulsar e já atingiu mais de 20 mil pessoas. Sua proposta de um turismo cultural é muito atrativa e já reuniu muitos nomes conhecidos, tanto em Belém quanto no Marajó, mas também existe uma preocupação em representar a Região Norte como um todo. Por conta disso, esse ano, um dos convidados é o cantor e compositor de Roraima Neuber Uchôa. “Eu tenho quarenta e poucos anos de carreira, mas esse festival é algo que eu nunca participei, uma festa tão rica, né? Que liberta a cultura pros mais jovens e pros turistas. E isso é enriquecedor. Então eu penso nisso, o que isso representa na minha carreira?”, disse o artista.

Para esta edição, além do já citado Neuber Uchôa, vão estar presentes como atrações musicais Allan Carvalho (Belém), Luizinho Lins (Belém-Icoaraci), Kleyton Silva (Belém), Jeff Moraes (Belém), Priscila Cobra (Belém-Icoaraci), Grupo Paracauari (Soure), Mestre Damasceno (Salvaterra), Tambores do Pacoval (Soure) e também terá as apresentações teatrais “Quem vai pagar o pato?” e “Histórias de Riomar”. Outro atrativo da programação será a roda de conversa sobre políticas culturais e a Lei Aldir Blanc com o professor Valcir Bispo, um bate papo que discute o quanto as políticas realmente amparam as pequenas e médias comunidades no estado.

Marcelo Carvalho, um dos idealizadores do projeto e membro do Coletivo Pulsar Marajoara, contou um pouco sobre a importância de eventos como esse: “O Festival tem um impacto pessoal, na autoestima emocional da comunidade, mas também tem o impacto financeiro, na cadeia produtiva dessa economia. O Marajó é muito vendido como turismo, mas às vezes, é um turismo ruim de base predatória, de exploração sexual. E quando a gente coloca o Festival com essa característica que a gente está descrevendo, você tem aí um turismo cultural, né? De experimentação, de imersão cultural. Você vai lá no Ateliê Arte-Mangue do Ronaldo Guedes, você vai na AMPAC, conhece o Mestre Diquinho, vê o trabalho dele, enfim uma vivência cultural e isso é marcante. Eu acho que todo mundo que vai no festival sai com essa sensação assim de que voltou maior, voltou enriquecido culturalmente”, finaliza ele. O coletivo é conhecido por realizar trabalhos sociais na região do Marajó e o festival nada mais é que outra das suas iniciativas.

Com toda a comoção gerada pelo Festival Marajoara, a integrante dos Tambores do Pacoval, curimbozeira e artesã Cilene, vê o evento como uma oportunidade para potencializar mobilizações para preservação cultural e do meio ambiente realizadas pela organização. “O Tambores já nasceu com essa característica de ser um carimbó popular. Um carimbó pra estar no meio da multidão, no meio do povo. O Festival é mais uma janela que se abre, uma oportunidade da gente mostrar o nosso trabalho. Que não é só tocar por tocar, né? Tem toda uma questão também da poesia, do professor Ailton Favacho, tem os membros do Tambores do Pacoval, que fazem parte da sede, nossa área de produção ambiental, o movimento de valorização dos nossos mestres, a manutenção das atividades para a nova geração. Tudo isso é demonstrado. E o festival é mais uma oportunidade que nós temos para apresentar tudo isso, por isso que é tão importante para o Tambores participar do festival”, diz a artista.

 

Confira abaixo o cronograma do festival:

Programação:

Sexta-feira (14) – Salvaterra

Roda de Conversa e Luau – Salvaterra
Local: Pousada Bosque dos Aruãs – Centro, R. Segunda, Salvaterra
Hora: 15h
Roda de conversa – Com o professor Valcir Bispo sobre as Leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo
Hora: 17h
Local: Pousada Bosque dos Aruãs – Centro, R. Segunda, Salvaterra
Luau – Programação audiovisual e musical
Exibição de vídeos dos festivais anteriores
Exibição websérie Memórias e Afetos (Episódios Mestres Piticaia e Mestre Zampa)
Lançamento do videoclipe Matinta – Mateus Moura
Espetáculo teatral Histórias de Riomar – Leonel Ferreira
Hora: 19h
Local: Pousada Bosque dos Aruãs – Centro, R. Segunda, Salvaterra
Espetáculo teatral Histórias de Riomar – Leonel Ferreira
Hora: 20 horas
Local: Pousada Bosque dos Aruãs – Centro, R. Segunda, Salvaterra
Apresentações musicais com Allan Carvalho, Neuber Uchôa, Luizinho Lins, Kleyton Silva, Jeff Moraes e roda de carimbó com o Grupo Paracauari
Hora: 21 horas
Local: Pousada Bosque dos Aruãs – Centro, R. Segunda, Salvaterra

 

Sábado (15) – Soure

Roda de conversa com o professor Valcir Bispo sobre as Leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo
Local: AMPAC – Travessa 17, esquina com a 12ª rua – Umirizal, Soure
Hora: 15h
Concentração do Carimbloco no Bar do Jamil
Hora: 16h
Início do Carimbloco rumo à sede da AMPAC
Hora: 17h
Roda de carimbó na AMPAC l Tambores do Pacoval, Priscila Cobra e participações especiais
Local: AMPAC – Travessa 17, esquina com a 12ª rua – Umirizal, Soure
Hora: 20h

 

Domingo (16) – Salvaterra

Concentração do Carimbúfalo com Mestre Damasceno e convidados
Local: Orla da Praia Grande
Hora: 15h
Saída do Carimbúfalo em direção ao Bar Trampolim, com Mestre Damasceno, Nativos Marajoara e Luizinho Lins
Hora: 17 horas
Espetáculo teatral “Quem vai pagar o pato?” – Grupo Experimental de Teatro
Hora: 19h
Início do Show de Encerramento – Grupo Cruzeirinho, Allan Carvalho, Neuber Uchôa, Jeff Moraes, Banda Na Cuíra, Gilmarajoara Nascimento e DJ Jack Sainha. Além de participação especial do grupo de carimbó do Quilombo Caldeirão (resultado da oficina Curro Velho – FCP)
Local: Bar Trampolim (Prainha)
Hora: 20 horas

 

Serviço: 6° Festival Marajoara de Cultura Amazônica

Data: Dias 14, 15 e 16 de julho

Locais: Salvaterra e Soure

 

O Portal Jambu é um espaço de jornalismo experimental com matérias produzidas por estudantes de graduação da Faculdade de Comunicação da UFPA sob a coordenação da Profa. Dra. Regina Lima e do jornalista Marcos Melo.

Fotos: Divulgação

* Sob supervisão da jornalista Giullia Moreira

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