
Por Kelvyn Gomes/Imagem: Victor Peixe
Estão abertas até a próxima segunda-feira, 5 de maio, as inscrições para as oficinas e batalhas de dança da terceira edição do Festival Experimental de Danças Paraense 2025 (FEDAPA), que será realizado em Belém e Ananindeua nos dias 9 e 17 de maio. O objetivo do evento, segundo os seus realizadores, é valorizar as expressões corporais amazônicas a partir das danças paraenses, promovendo encontros entre tradições populares e experimentações contemporâneas.
Neste ano, o festival chega ao Conjunto Júlia Seffer, no bairro Águas Lindas, em Ananindeua, onde ocorrerá a primeira etapa da programação, das 14h às 21h. A segunda etapa será realizada na Usipaz do Benguí, em Belém, das 14h às 21h30. As inscrições são feitas por meio de formulário on-line, disponível nos canais oficiais do FEDAPA e do Coletivo Dance e Recrie o Mundo, grupo organizador do festival desde sua criação em 2016 por jovens de bairros periféricos da Grande Belém.
A programação formativa do FEDAPA inclui oficinas que visam promover o intercâmbio de saberes entre danças urbanas, ritmos amazônicos e estilos contemporâneos. Serão abordadas fusões como a do tecnobrega com brega funk, carimbó com outros ritmos afro-brasileira, além de lundu, brega saudade e outras experimentações que valorizam a criatividade, o pertencimento e a inovação na cena coreográfica paraense. As oficinas são voltadas principalmente para jovens e artistas da periferia, com o objetivo de estimular a valorização das danças de origem popular e ampliar suas possibilidades expressivas no campo da dança contemporânea.
Além das formações, os participantes vão poder acompanhar as Batalhas de Dança Experimental Paraense, que acontecerão em duas categorias. A primeira, Casal/Dupla, é voltada a integrantes de fã-clubes e performers com domínio de ritmos como tecnobrega, merengue, melody e baile da saudade. A segunda, Solo/Individual, é dedicada à experimentação livre, permitindo que os participantes combinem elementos das danças paraenses com outros estilos do Brasil e do mundo. Os critérios de avaliação incluem fluidez, criatividade, composição coreográfica e identidade paraense. A playlist oficial das batalhas e o regulamento completo serão disponibilizados no ato da inscrição.
A premiação contempla o primeiro lugar em cada categoria, tanto em Ananindeua quanto em Belém. Na categoria Casal, o prêmio será de R$2.000; na categoria Solo, R$1.000. Apesar do caráter competitivo, a produção do festival destaca que o principal objetivo é reconhecer o trabalho dos artistas que se dedicam à pesquisa e à criação a partir das danças paraenses. Para Maya Lima, produtora executiva do festival, “a premiação acaba motivando as pessoas a participarem da batalha, mas, ao longo do processo, outras questões são vivenciadas, como a valorização da nossa cultura, o enaltecimento das nossas identidades e a transmissão das nossas danças”.
O FEDAPA é realizado com apoio das leis de incentivo à cultura, como a Lei Paulo Gustavo, Aldir Blanc e o Programa Nacional Aldir Blanc Belém, além da Prefeitura de Belém. A proposta do festival é transformar a dança em ferramenta de pertencimento, criação e intercâmbio entre artistas, comunidades e territórios, tendo como ponto de partida a cultura popular amazônica.
Para mais informações, inscrições e programação detalhada, basta acompanhar as redes sociais do FEDAPA e do Coletivo Dance e Recrie o Mundo.